Eu Já Estive Em “Becos da Memória”, de Conceição Evaristo

Chegou minha vez de conhecer a escrita de Conceição Evaristo. Ouvi pela Tocalivros “Becos da Memória”, um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira.
A obra tem os agradecimentos narrada pela própria Conceição Evaristo, que meio a pandemia se isolou na companhia dos animais que também se manifestam na gravação.
Em “Becos da Memória”, Conceição Evaristo traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos do que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome, a miséria, dos que a cada dia têm a vida por um fio.
Eu não tenho competência para analisar uma obra como essa! Ela é muito profunda, é como se a gente entrasse no barraco de cada um da favela e conseguisse fazer parte de um pedaço da história dessas pessoas. As dores, as perdas, a luta para sobreviver. Detalhes como o que se passa na torneira de cima e na torneira de baixo, o quanto movimenta um campeonato de futebol, o quanto representa uma festa junina, todos os percalços de uma desocupação fazem parte da história.
Conceição Evaristo nasceu em uma favela da zona sul de Belo Horizonte. Teve que conciliar estudos com o trabalho como empregada doméstica, até concluir o curso normal em 1971, já aos 25 anos. Mudou-se então para o Rio de Janeiro, onde passou num concurso público para o magistério e estudou Letras na UFRJ.
Na década de 80 entrou em contato com o grupo Quilombhoje. Estreou na literatura em 1990 com obras publicadas na série Cadernos Negros. É mestre em Literatura Comparada pela UFF. Suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial de gênero e classe.
“Becos da Memória”, de Conceição Evaristo, está disponível na Tocalivros e tem cerca de seis horas de duração. É narrado pela atriz, diretora de teatro, roteirista e podcaster, Lena Roque.
A Tocalivros conta mais de 2 mil audiolivros no catálogo e dispõe do sistema de assinatura mensal. Para conhecer mais é só clicar aqui.
“Os sonhos são para o almoço, para o jantar, nunca! Sonho só alimenta até a hora do almoço, na janta a gente precisa ver acontecer”.
Janaína Leme
@eujaestiveem