ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES ONLINE DA PEÇA CARNE VIVA, DE LUH MAZA, NA OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE

O Teatro Kaus faz as últimas apresentações online do experimento da peça CARNE VIVA, da dramaturga Luh Maza,na Oficina Cultural Oswald de Andrade, por meio do Youtube das Oficinas Culturais do Estado de SP. A temporada gratuita se encerra no dia 19 de dezembro e acontece de sexta a domingo. Com direção Reginaldo Nascimento e a atriz Amália Pereira no elenco, o monólogo fala sobre a violência doméstica contra as mulheres. As apresentações virtuais são gratuitas e fazem parte das contrapartidas da Lei Aldir Blanc na Cidade de São Paulo, Prêmio Maria Alice Vergueiro, módulo 1, para manutenção das atividades do grupo.
Escrito em 2003, o monólogo Carne Viva aborda de maneira poética a história de opressão das mulheres. A peça apresenta como personagem Uma Mulher que ao se deparar com mais uma tarefa doméstica: cortar bifes e preparar uma refeição, entra em um transe espiritual. A obra parte de um imaginário feminino histórico, de condição matrimonial, e tenta percorrer caminhos para entender como o feminino se debate com a sociedade patriarcal.
“A nossa pesquisa sobre o texto Carne Viva teve início em junho de 2019, quando começaram as primeiras leituras e estudos. Com a chegada da pandemia, em 2020, o processo passou a ser desenvolvido de maneira mais espaçada. O presente resultado online é fruto da nossa investigação e experimentações em cima do texto, durante os quase dois de imersão sobre a peça, e uma maneira de mostrar o trabalho, que devido a pandemia, não pode estrear presencialmente”, afirma a atriz Amália Pereira.
Em CARNE VIVA Uma Mulher surge como uma figura que se revolta contra a domesticação pelo patriarcado, de forma ordinária: a insurreição de uma dona-de-casa contra o estereótipo de agressor doméstico. A situação ganha ares espetaculares por ela delirar-se um Jesus Cristo, o Deus masculino de nossa sociedade. Em uma ação contínua de cortar um pedaço de maminha em bifes para seu marido, revisita episódios de sua vida em meio a carne e sangue.
“Foi um longo processo, no qual o trabalho esteve focado em explicitar a voz feminina, a voz da atriz, o grito de tantas mulheres que sofrem violência, aumentada ainda mais na Pandemia. Trabalhar um monólogo é sempre difícil, fazer com que a intérprete seja o centro da cena, que sua voz e seu corpo estejam disponíveis e tragam sua verdade em dizer cada palavra do texto. Fazer com que a história por ela contada a atravesse, e os espectadores que acompanham o relato”, declara o diretor Reginaldo Nascimento.
“As sessões online não têm a mesma potência de um encontro presencial, porém, poder levar essa história a diversos pontos conectados pela rede é mais uma possibilidade de ampliar as discussões sobre a violência contra as mulheres”, finaliza o diretor. O Experimento Carne Viva tem captação de vídeo, edição, finalização e trilha sonora de Reginaldo Nascimento, que divide a direção de arte com Amália Pereira, que é a responsável pelo figurino.
OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE
Dias 17, 18 e 19 de dezembro. De sexta-feira a partir das 20h até o domingo.