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Eu Já Estive Em “O Homem da Patagônia”, de Paulo Stucchi

Um romance histórico com vários núcleos narrativos que vai te deixar intrigado do começo ao fim. Assim foi ler “O Homem da Patagônia”, escrito por Paulo Stucchi e publicado pela editora Jangada. Prepare o cigarro e o Bourbon – cigarro porque praticamente todos os personagens da história fumam, algo comum na década de 50, e o Bourbon porque doutor Lindner bebe tanto que você vai sentir o aroma da bebida emanando das páginas do livro. Vamos para a resenha😊.

O livro começa com três prólogos e é dividido em quatro partes. A história se inicia com Aurora Lipzig buscando ajuda psicológica para o pai e dr. Sebastian Lindner saindo de um evento com psiquiatras e logo nos primeiros capítulos a história desses dois vão se cruzar. Ela, filha de uma das pessoas mais próximas de Adolf Hitler (não sei se é bem assim depois de ler o livro) e ele o médico que pode curá-lo de um estado catatônico.

E aí tudo se enrosca, porque a pessoa que apresenta os dois, Agostina, já tem um passado turbulento e acabou envolvendo o doutor Lindner em um caso de polícia, trazendo o policial Quintana para a trama também. Resumindo, a história vai rolar entre esses personagens: Dr. Lindner, Agostina, Quintana, Aurora Lipzig e Albert Lipzig. Acredito que tenha quem veja o doutor como protagonista, mas Albert Lipzig (o pai) foi o mais complexo para mim e acabou ganhando um peso maior na trama.

Outro ponto que gostei demais é se passar em Buenos Aires, justamente por ser um cenário diferente da Alemanha e dos campos de concentração. A parte histórica me chamou muito atenção por apontar o quanto Perón, presidente da Argentina até momentos antes do livro começar, protegeu os alemães e por conta disso quantos deles vieram para a América do Sul tentando escapar do Tribunal de Nuremberg. E é justamente Albert Lipzig que conta sobre os planos que foram traçados para que Hitler pudesse ter sobrevivido e outros – porque foi mais de uma vez – tivessem morrido em seu lugar por amor ao Fuher.

Vamos a alguns pequenos trechos do livro:

– A senhora Perdomo era seu veneno, o qual consumia em doses cada vez maiores; e, assim como ocorre com venenos, Sebastian sabia que, um dia, encontraria sua ruína.

– O fato é que, diante de outros tipos de regime, o Nazismo é relativamente jovem, e seria natural que erros fossem cometidos.

– O homem teme o desconhecido. Perder o controle gera uma infinidade de possibilidades.

– A falência da humanidade são os vícios, ele diz.

– Sabe o que os alemães da época do meu pai diziam? Que era incrível que teorias tão importantes sobre a mente humana tivessem vindo de um judeu.

– A morte às vezes traz um propósito mais nobre do que conseguimos ver.

– Homens julgam, e homens contam a História. O que aprendemos sobre nossa própria realidade é um punhado de julgamentos que contam apenas um lado de uma realidade muito mais ampla.

– Quando jovens, temos sonhos, depois de velhos, somente as lembranças.

Sinopse: neste thriller psicológico de tirar o fôlego, história, ficção e antigas teorias de conspiração se misturam numa vertiginosa trama de suspense, que leva o leitor à Buenos Aires dos anos 1950 e às memórias da Segunda Guerra Mundial, enquanto acontece uma verdadeira caçada humana para descobrir verdades há muito tempo enterradas nos arquivos da história. Ao aceitar o pedido de uma jovem e sedutora alemã para que tratasse de seu pai em estado catatônico, o renomado psicólogo argentino Sebastián Lindner não poderia imaginar que estaria diante de um caso que mudaria seu destino por completo – e colocaria sua vida, e a de todos a quem ama, em risco. Conforme as lembranças do misterioso paciente vão sendo acessadas, o doutor Lindner se vê diante de um antigo e terrível segredo – que remonta aos últimos dias de Hitler no bunker em Berlim. E isso poderá mudar drasticamente os rumos da história pós Segunda Guerra Mundial como o mundo conhece, fazendo o psicólogo se confrontar não apenas com a pior face do mal, mas também com seus próprios demônios. Seria o decrépito paciente Adolf Hitler em pessoa? Teria o Führer escapado dos soviéticos e sobrevivido à queda de Berlim? Ou ele não passaria de um impostor?

Sobre o autor: Paulo Stucchi é jornalista e psicanalista. Formado em Comunicação Social pela Unesp Bauru, com habilitação em Jornalismo, é especialista em Jornalismo Institucional pela PUCSP e Mestre em Processos Comunicacionais, com ênfase em Comunicação Empresarial pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou como jornalista em revistas e jornais impressos, tornando-se editor, por treze anos, de uma publicação segmentada para o setor gráfico. Divide seu tempo entre o trabalho de assessor de comunicação e sua paixão pela literatura, principalmente, romances históricos. É autor das obras Um de Nós Foi Feliz (2022), No Fundo do Rio (2021), Menina – Mitacuña (2013), O Triste Amor de Augusto Ramonet (2011), Natal sem Mamãe (2008), A Fonte (2010) e de A Filha do Reich (2019), finalista do Prêmio Jabuti 2020, publicado pela Editora Jangada.

O Homem da Patagônia, de Paulo Stucchi, foi publicado pela Editora Jangada. Tem 512 páginas, o romance histórico foi lançado em fevereiro de 2023 e está à venda nas livrarias de todo o Brasil, plataformas de e-commerce e no site da editora.

1 Comentário »

  1. Um baita livro. Peguei um dia despretensioso na livraria porque o tópico me parecia interessante e acabei lendo em quatro dias porque não conseguia parar. Minha experiência foi um barril de pólvora com um pavio que queima lentamente, mas no nível certo para não ser enfadonho, Tem todos os ingredientes de um bom thriller: personagens complexos e moralmente dúbios, suspense até o final, um clímax que entrega o que promete e uma história rica na qual – como em toda a boa história – a verdade se revela aos poucos.

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