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Eu Já Estive Em “Viés Inconsciente”, de Cris Kerr, publicado pela Literare Books

Fala gente, tudo bem? Como gestora e atuando na contratação de pessoas já prestei atenção muitas vezes se era o meu gosto pessoal que poderia ou não estar trazendo ou não alguém para dentro da agência e se isso seria certo ou errado, mas não sabia que existia um termo correto para isso e que isso poderia estar enraizado em mim muito mais além do que eu pudesse imaginar.

Ler “Viés Inconsciente – Como identificar nossos vieses inconscientes e abrir caminho para a diversidade e a inclusão nas empresas”, escrito por Cris Kerr, e publicado pela Literare Books me ajudou a ganhar muito mais conhecimento sobre essa questão. O livro é parte do Clube do livro da Sing Comunicação e parte do time leu também, o que é legal porque poderemos discutir sobre o tema e entender mais sobre os vieses de cada um de nós.

A obra é dividida em quatro partes: Descobrir, Aprofundar, Transformar e Agir e vem desde quando a autora começa a questionar suas certezas, quando ela percebeu que era diferente ser uma líder mulher, passando pela fundação de sua consultoria, traz pesquisas que mostram que empresas diversas e inclusivas geram mais receita, questiona porque não vemos profissionais com cores de pele diferentes nas empresas, questões LGBTQIAP+, obstáculos enfrentados pelas pessoas com deficiência, a interseccionalidade, entre outros tópicos.

A partir de então, a autora passar a aprofundar mais o assunto, já partindo do princípio que entendemos o quanto o viés inconsciente está enraizado em nós. Seguimos para como as nossas crenças e preconceitos podem barrar a carreira de algumas pessoas, porque temos tendencia a contratar pessoas parecidas conosco, porque as pessoas ainda se espelhem em um padrão de liderança, como mostrar que maternidade e paternidade não são falta de comprometimento, porque as pessoas têm tanto medo de ter opiniões diferentes dos demais do grupo, entre outros assuntos.

Aí vem a transformação e a importância das empresas em trabalharem a inclusão além do pertencimento, como formar vínculos de segurança entre as pessoas, porque a diversidade também deveria ser uma letrinha do ESG. E por último e não menos importante, o Agir, onde a autora traz um material didático e alguns depoimentos de pessoas que deixaram seus Vieses Inconscientes de lado e se transformaram profissionalmente.

Mas o que é o Viés Inconsciente?

Ele não é intencional, mas forma uma barreira invisível e poderosa que dificulta a diversidade e a inclusão nas corporações. São aquelas crenças, estereótipos e preconceitos que estão escondidos em cada um de nós. Ou seja, se a vida toda, fomos criadas tendo como modelo de liderança um homem branco com um relógio Rolex no braço e um carro de luxo na garagem, inconscientemente, como mulher, nunca vamos nos sentir capaz de ser uma líder – ainda bem que em casa minha mãe sempre foi a líder – empreendedora e dona do seu próprio negócio – e aqui estou eu. Obrigada mãe!

Mas, como a própria autora diz, ter um viés inconsciente não é o fim do mundo, o problema é não fazer nenhum esforço para melhorar. E, temos dificuldade de escutar quem é diferente de nós, então não vai ser fácil e temos que estar sempre abertas a ouvir se quisermos aprender e melhorar. Por outro lado, há algumas coisas tão básicas como “tratar as pessoas como você gostaria de ser tratada e se tiver dúvidas, perguntar como elas gostariam de ser tratadas”, aqui, principalmente quando estamos falando sobre questões de gênero.

Mas saiba que são muitos os vieses inconscientes. A autora aborda o viés da afinidade – e a tendência de contratar pessoas parecidas conosco, o viés de comportamento – e o porquê das pessoas ainda se espelharem em um estilo padrão de liderança, o viés do desempenho – e a diferença entre contratar pensando em um potencial futuro ou por talento passado, o viés da percepção – e porque nós reforçamos estereótipos sem nenhum dado concreto que os comprove, o viés confirmatório – e o que acontece se questionarmos as nossas crenças ao invés de apenas confirmá-las, o viés da maternidade – e ser pai e mãe não é falta de comprometimento profissional, entre outros.

E não para por aí porque além de todo o conteúdo rico do livro, que foi escrito em capítulos curtos e de fácil leitura, no final de cada capítulo há ainda sugestões para ir além, onde a autora dá dicas de mais livros, filmes e vídeos sobre o tema para que os leitores possam se aprofundar ainda mais, além, claro, de todas as referências usadas para escrever o conteúdo que é repleto de dados também.

Para você que leu a resenha até aqui, deixo o Teste da Associação Implícita de Harvard, com perguntas que medem a cognição social implícita, que acessa de forma automática os sentimentos, crenças e atitudes guardadas em nosso inconsciente. A autora sugere que façamos o teste logo nas primeiras páginas do livro e para que assim conheçamos mais sobre nossos próprios Vieses Inconscientes. Fica o convite para você conhecer mais sobre os seus também – https://implicit.harvard.edu/implicit/brazil/takeatest.html Eu fiz, por exemplo, o que analisa a idade e tenho uma leve tendência a optar por mais jovens do que por mais velhos, por exemplo, e sabendo disso, posso trabalhar isso em mim.

“Diversidade eu convido para o baile, inclusão eu convido para dançar”

Sinopse: Como mudar crenças e preconceitos quando nosso comportamento pode ser consequência de um processo inconsciente, que sequer sabemos que existe? A escritora Cris Kerr compartilha o caminho para o leitor trazer esses pensamentos escondidos para a consciência. Com prefácio de Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, a obra mostra como transformar a teoria em ações que resultam em empresas mais inclusivas e diversas. A autora compartilha tudo o que aprendeu sobre como descobrir nossos vieses inconscientes, como aprofundar conhecimento sobre diversidade, inclusão, cérebro inconsciente, segurança psicológica e outros temas importantes, como transformar a cultura e a liderança para termos pessoas mais diversas e inclusivas e, por fim, como podemos agir. 

Cristina Kerr é fundadora da consultoria CKZ Diversidade, professora na Fundação Dom Cabral, mestra em sustentabilidade pela FGV, pós-graduada em neurociência e comportamentos pela PUC-RS e idealizadora do primeiro fórum sobre diversidade na liderança do Brasil.

Com prefácio de Luiza Helena Trajano, “Viés Inconsciente – Como identificar nossos vieses inconscientes e abrir caminho para a diversidade e a inclusão nas empresas”, escrito por Cris Kerr, e publicado pela Literare Books, tem 216 páginas e está à venda nas livrarias de todo o Brasil e nas plataformas de e-commerce no formato impresso e digital.

Janaína Leme

@eujaestiveem

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