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Em “As Crônicas de Jácome Falcão – A Perseguição de Feor”, uma ficção de João Magalhães de Andrade e Manuel Correia Dias

Logo no primeiro capítulo um vampiro – adoramos histórias de vampiros – ataca o hospital de Lisboa, em Portugal, para resgatar Luna, uma menina de quatro anos, noturna, e o professor Eduardo, aquele que, entre aspas, a criou, no sentido de dar vida a. Ou seja, nas 10 primeiras páginas já é possível imaginar que muita emoção espera os leitores em “As Crônicas de Jácome Falcão – A Perseguição de Feor”, escrito pelos portugueses João Magalhães de Andrade e Manuel Correia Dias, publicado pela Ipê das Letras em nossa leitura coletiva, organizada pela LC Agência de Comunicação.

Jácome, nosso protagonista, tem dois irmãos, Alice e Rafael, e cresce em uma família de Metamorfos administrada pelo pai, Norberto. Sua mãe já não está mais entre eles. Pedro Vidal, melhor amigo de Jácome, também se faz muito presente na história e suas passagens são divertidíssimas, levando em consideração que Pedro não tem nenhum “superpoder” e precisa aprender a conviver com o amigo diferente. Jácome  está chegando na fase em que seus poderes estão aflorando, então aprende dia a dia o que o vai diferenciar de um humano comum.

Idas e vindas à escola e reuniões em que os integrantes do Concílio fazem do cemitério de Lisboa a porta de entrada, vão permeando a história, já que como indica o começo do livro, temos um vampiro atacando a cidade. Eles até convivem em harmonia, mas esse vampiro em especial, podemos dizer que é a maçã podre da nossa cestinha. É claro que algo vai sobrar para Jácome e ele passa a estudar sobre metamorfos e vampiros, mas antes precisa passar pelo Daazain, tipo de ritual que fará com que ele se torne efetivamente um metamorfo e aflore ao certo os seus poderes.

Enquanto tudo isso vai acontecendo, visões e sonhos permeiam a mente de Jácome e ele tem que interligar tudo o que está vendo, sentindo nesses momentos com o que realmente está acontecendo no dia a dia. Essa ligação será a chave para a missão que o espera. Ah, se você não conhece muito sobre esse universo, não se preocupe. No decorrer da história haverá parágrafos com explicações sobre os termos usados. Mas, para quem quer os mínimos detalhes, tem um glossário bem completo no fim do livro para ser consultado.

O livro é muito bem diagramado, tem ilustrações e uma das partes que muito me chamou a atenção é quando Jácome faz contato com sua mãe, além de algumas outras passagens mais espiritualistas, na minha avaliação. Fiquei com um gostinho de quero mais sobre a Laura, mas os autores já garantem um segundo volume a caminho com ainda mais aventuras.

“Os scientes eram humanos que sabiam da existência do povo de sangue incomum. Alguns serviam os vampiros. Os que o faziam era uma espécie de testa-de-ferro, que davam a cara pelos seus amos, especialmente durante o dia, no seu momento mais vulnerável.”

“São raríssimos os jinns que concedem desejos (talvez alguns jinns de hierarquia elevada) … Mas, você tem razão. São espíritos, com capacidades sobrenaturais. Melhor dito: fazem parte de uma categoria de demônios ou anjos menores. Foram criados para serem servos de Necron, mas tiveram sua independência há muito tempo.”

Sinopse: Jácome Falcão tem quinze anos e é um metamorfo. Como todos os metamorfos e criaturas de sangue incomum, é membro do Concílio de Lisboa, uma sociedade secreta que se reúne com frequência num hemiciclo construído debaixo do Cemitério dos Prazeres. Ele e o seu melhor amigo, Pedro Vidal, andam no Liceu Aquiles de Souza e vivem uma vida de adolescente aparentemente normal. Subitamente, algo interrompe a estabilidade do Concílio: Feor, um vampiro centenário, membro da Facção Sombria, que deseja a supremacia da sua raça e a escravização dos humanos. Ao mesmo tempo, Jácome começa a ser assombrado por diversas visões. Não será ele mais do que um metamorfo? Há ainda a Profecia das Ascensões, a Era de Aquário e o Grão-Despertar da Mente de Lukanes… O que significará tudo isto? Muito se espera que Jácome venha a influenciar a guerra que se avizinha, neste e noutros mundos. Mas conseguirá ele salvar o Concílio? Será forte o suficiente? E que mistérios escondem o seu sangue?

Sobre os autores: João Magalhães de Andrade, 30 anos, é médico, Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Nasceu nos Açores, Ilha Terceira, na cidade de Angra do Heroísmo, cidade Patrimônio Mundial. Vive, de momento, em Lisboa. Desde pequeno que se interessou pela escrita de ficção e pelo gênero da fantasia, tendo participado ocasionalmente, no jornal da escola básica da Praia da Vitória. O gosto por esse tipo de literatura uniu-o a Manuel Correia Dias neste primeiro livro. Manuel Correia Dias, 52 anos, nasceu em Évora. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, pela Faculdade de Letras de Lisboa. Exerce a profissão de professor de Português, no agrupamento de escolas Gabriel Pereira, em Évora. Além dessa disciplina, leciona também Escrita Criativa e Literatura Portuguesa a alunos do ensino secundário. Com uma longa carreira como músico na banda Magna Terra, interessou-se desde sempre por literatura fantástica e por literatura oral tradicional. Cresceu com seus avós, entre um monte, junto à ribeira do Xarrama, e uma estação de caminho de ferro, no interior alentejano, a poucos quilômetros de Viana do Alentejo. Os mitos e a magia que povoam o imaginário popular, com os quais sempre teve contato pelas suas vivências de infância, tomaram forma nesse primeiro livro, escrito em parceria com João Magalhães de Andrade.

As Crônicas de Jácome Falcão – A Perseguição de Feor”, escrito por João Magalhães de Andrade e Manuel Correia Dias, foi publicado pela Ipê das Letras. O livro tem 392 páginas e está disponível no formato impresso nas plataformas de e-commerce.

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