Do RS para o Brasil, músico imprime identidade no Rosa Amarela: “Tudo tem origem na cultura gaúcha”

Com mais de 5o milhões de visualizações no YouTube, destaque em canais como o Multishow e o Canal Bis, e uma trajetória marcada por espiritualidade e resistência cultural, o Duo Rosa Amarela — formado por Pris Mariano e Rodrigo Di Castro — segue rodando o país com a turnê “Odara”, espetáculo que mistura música autoral, cultura de terreiro e poesia em um mergulho profundo na ancestralidade brasileira.
O show já passou com sucesso por capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis e Belo Horizonte, sempre conquistando o público com sua força artística e espiritual. Em agosto, a turnê segue para Porto Alegre, onde o duo se apresenta nos dias 9 e 10, às 20h, no Teatro de Câmara Túlio Piva.
Para Rodrigo Di Castro, o retorno ao Rio Grande do Sul — sua terra natal — é carregado de significado. Sua formação musical começou na adolescência, em um grupo de dança e música de folclore latino-americano, e logo se expandiu para festivais de música nativista, onde conquistou cinco prêmios como melhor instrumentista nos anos 1990. Essa bagagem cultural, que combina ritmos gaúchos e influências latino-americanas, ainda hoje se reflete na maneira como cria arranjos e conduz o violão no Rosa Amarela.
“A música gaúcha traduz a minha forma de tocar. A origem é sempre a origem”, afirma Rodrigo.
Um espetáculo que é rito e resistência
Mais que um show, “Odara” é um rito musical que transita entre o sagrado e o profano, promovendo o respeito à diversidade de fé e combatendo preconceitos contra as tradições afro-brasileiras. Com influências do ijexá, samba de roda, coco e MPB, a apresentação traz rezas cantadas, tambores e canções autorais como Vem Caminhar, Canto de Oyá, Reza do Vento, Oxum, Ogum, Na Estrada, Porta do Cruzeiro e Rosa de Fogo.
“Rio Grande do Sul é minha terra natal, lugar que representa minha raiz de várias formas, na educação que tive, na minha vivência musical. Tudo tem origem na cultura gaúcha. Meu primeiro professor era de um grupo de dança de folclore latino-americano, ele tocava nesse grupo, fazia a parte musical do grupo, logo nos primeiros meses em que fui aluno dele, me convidou para participar, por eu ter tido uma boa desenvoltura. Foi uma experiência muito rica, porque tinha não só a cultura gaúcha, mas de toda América Latina. E me marcou na época da adolescência, muito absorvi dessa experiência, aprendendo os tirmos da música gaúcha, o estilo. E até hoje, por mais que tenha desenvolvido muitas coisas, ele é muito presente na hora de fazer os arranjos para o Rosa Amarela. Esses ritmos ficam presentes na forma de tocar o violão, na forma de até mesmo buscar uma linguagem estética para o arranjo, sempre acaba, de alguma forma, a cultura gaúcha presente. Após o convívio com esse grupo participei muito de festivais de música nativista nos anos 90, com intérpretes reconhecidos do Rio Grande do Sul. Cheguei a ganhar 5 prêmios como melhor instrumentista”, diz Rodrigo Di Castro.
O espetáculo, com 90 minutos de duração e classificação livre, é acompanhado por músicos e cria um ambiente de conexão, cura e pertencimento. Em todas as cidades por onde passa, deixa como marca o compromisso do Rosa Amarela com a valorização das culturas populares e o diálogo entre diferentes identidades espirituais.
Serviço
Espetáculo: Odara – Duo Rosa Amarela
Datas: 9 e 10 de agosto de 2025 (sábado e domingo)
Horário: 20h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva – Rua da República, 575 – Cidade Baixa – Porto Alegre – RS
Ingressos: Meia R$ 90 | Inteira R$ 180
Venda online: Sympla – Rosa Amarela em Porto Alegre