Livro explora limites entre IA e consciência humana

Mark é um jovem empreendedor, cuja trajetória entre os Estados Unidos e o Brasil é profundamente marcada pelo legado do avô, um pesquisador do Vale do Silício dedicado a explorar os limites entre inovação, sensibilidade humana e propósito. Em meio a conflitos internos, ele busca honrar essa herança, ao criar iniciativas que integrem tecnologia, bem-estar e impacto positivo. Tal jornada ganha vida em Quatorze: Gerações Conectadas, ficção multidimensional de Flavia de Assis e Souza que une épocas e territórios diferentes para revelar como gestos sutis e memórias atravessam gerações e podem moldar percepções sobre o tempo e o próprio destino.
Ao absorver a genialidade do avô, o protagonista caminha por um mundo em constante mudança, em que cada avanço tecnológico desperta novas perguntas e convoca reinvenções. No arco que vai de 1948 a 2048, mistérios, descobertas e decisões se cruzam em uma trama que investiga o delicado equilíbrio entre a inteligência artificial e a psique humana. Essa linha temporal é costurada por uma enigmática mensagem em uma garrafa que percorre os oceanos por décadas, conectando pessoas de lugares distintos. Nesse encontro, ora harmônico, ora tenso, emergem forças que impulsionam o futuro e remodelam as relações.
A partir desse contexto em que tecnologia, memória afetiva e destino se entrelaçam, a IA surge tanto como colisão quanto como ponto de encontro entre gerações, revelando novas formas de compreender o tempo. Assim, a grande provocação da obra é sobre como conciliar avanços digitais com propósito de vida, valores éticos, diversidade, respeito, simplicidade e responsabilidade individual e coletiva, para além do empreendedorismo e do progresso material.
O mundo disponível na palma da mão para despertar e exercitar as sensações, emoções e atitudes variadas trouxe uma apatia coletiva àquela geração. Não se podia mirar o contexto como uma involução humana, pois as fronteiras do desconhecido ficaram pequenas com os adventos tecnológicos disponíveis. Sob uma inteligência artificial avassaladora com tantos impactos positivos na vida individual e coletiva, seria injusto projetar a insatisfação da pequeneza de uma dimensão a todas as outras.
(“Quatorze: Gerações conectadas”, p. 123)
Com uma linguagem sensível e dinâmica, Flavia de Assis e Souza estrutura a trama em três temporadas que evocam a sensação de acompanhar uma série. A primeira inicia no futuro e retorna ao passado para revelar a origem do avô e os alicerces da família. Já a segunda apresenta a formação de Mark, suas iniciativas e desafios que definem caminhos. Por fim, a terceira reúne as principais reflexões que expandem a visão do protagonista sobre o tempo e as escolhas. Para a autora, essa construção rompe fronteiras do gênero, ao incorporar elementos de produções de streaming, criando uma leitura imersiva e de ritmo envolvente.
Com base em pesquisas sobre o Vale do Silício, a autora evidencia a potência do empreendedorismo. Nesse cenário, o silício — elemento químico de número atômico quatorze, inspiração para o título da obra — assume papel simbólico, por ser a base que viabilizou a revolução digital e originou o nome da região. Conectando-o ao progresso que movimenta startupse novos modelos de negócio, o livro transforma esse componente em metáfora do avanço tecnológico e do impulso criativo que atravessa gerações.
FICHA TÉCNICA
Título: Quatorze
Subtítulo: Gerações conectadas
Autora: Flavia de Assis e Souza
ISBN: 978-65-5278-100-0
Páginas: 150 (livro impresso) e 129 (ebook)
Onde encontrar: R$ 54,49 (Clube de Autores) e R$ 50,90 (Amazon) ou R$ 18,90 (ebook na Amazon)