Farol Santander apresenta exposição de Arte Imersiva no centro de SP
O Farol Santander recebe até o dia 9 de setembro a exposição inédita Vazios Povoados. Os artistas brasileiros Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, exibem a obra criada exclusivamente para o Farol Santander, TUBO, e o inglês Haroon Mirza, apresenta a instalação /\/\/\/\/\/\ (leia-se Aquarius), pela primeira vez ao Brasil.
A exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e com direção artística de Facundo Guerra, concepção de Tatiana Wlasek, da Storymakers e direção executiva de Angela Magdalena (Madaiart). As instalações, distribuídas em dois andares com 330m² cada, têm algo em comum: o propósito de sensibilizar e provocar reflexões sobre novas formas de interagir com o mundo, por meio do experimentalismo da arte contemporânea, aliado a experiências inovadoras.
“Queremos proporcionar ao público novas formas de interação com a arte por meio de experiências únicas e imersivas. E foi com esse intuito que escolhemos artistas como Rejane, Leonardo e Haroon, por suas capacidades de criarem instalações artísticas que proporcionem experimentações multissensoriais”, afirma Paola Sette, gestora do Farol Santander.
TUBO, a instalação proposta por Rejane e Leonardo, traz um túnel metalizado que propicia um efeito caleidoscópico da paisagem vista de fora da janela do prédio do Farol Santander: vários visitantes podem entrar e interagir simultaneamente na escultura, que utiliza a arquitetura retangular do 22º andar, o skyline e o céu de São Paulo para causar nos visitantes a sensação de caminhar nas alturas.
A escultura imersiva e interativa é composta de 11 módulos cilíndricos, de uma tela back projection e um projetor. Os módulos são estruturas de madeira revestidas de espelhos que, alinhados e conectados entre si, formam um cilindro de madeira de 3 metros de largura por 2,10 metros de altura com 13,75 metros de comprimento. Em uma extremidade do TUBO, há uma tela de projeção que exibe a linha do horizonte de São Paulo, em diferentes horários e condições meteorológicas.
“TUBO foi um desafio proposto a nós. Com isso na cabeça, visitamos o edifício, o andar, e aí ficou fácil. Nesse cenário, as janelas são sempre uma moldura, que de certa forma permitem, mas também limitam o que é possível ver. Então pensamos em “derrubar” a parede frontal por meio de um truque ótico. A ideia foi posicionar uma câmera, captar e projetar a vista externa no interior do andar, sem a interferência das molduras. O truque trouxe a paisagem ao público, causando a sensação de caminhar nas alturas, em um tubo espelhado e imersivo. Nele, paisagem e visitantes se misturam”, explicam Rejane e Leonardo.
/\/\/\/\/\/\ (leia-se Aquarius), obra do artista Haroon Mirza, imerge o visitante em uma instigante instalação audiovisual, que proporciona uma experiência multissensorial aos sentidos do corpo humano. A percepção, para Haroon Mirza, se dá em movimento. Seu trabalho é quase sempre o resultado de um meticuloso arranjo experimental entre som, correntes elétricas, imagens e, sobretudo, ideias. Mirza transforma espaços específicos ou objetos especialmente preparados, em sinfonias audiovisuais.
Ao entrar em um espaço expositivo articulado a partir dessa premissa – como é o caso da instalação /\/\/\/\/\/\ -, somos transportados para o interior de um ambiente sensorial completo, em que sequências de imagens fragmentadas – especialmente criadas ou reconfiguradas pelo artista -, pulsam no ritmo de interferências sonoras, beats programados e amplificações de ondas eletromagnéticas.
O trabalho de Haroon Mirza se instala deliberadamente no lugar entre o que convencionamos chamar de música ou de ruído. O artista defende que, o que os distingue, é apenas uma convenção sociocultural e, portanto, passível de desconstrução. Os vários videoclipes frenéticos compostos pelo artista são transmitidos em telas de LCD, cuidadosamente dispostas pelo andar.
Nessa e em outras obras, o artista inglês se preocupa constantemente em entender a maneira como articulamos o conhecimento em relação à percepção sensorial, e como a arte se relaciona com a realidade. Ao habitar temporariamente esse território sinestésico proposto pelo artista, ganhamos novas ferramentas para interpretar – e questionar – todas as estruturas que supostamente amparam o mundo à nossa volta.
“O Farol Santander é um dos grandes nomes de São Paulo. É sempre uma experiência desafiadora e gratificante interagir com esse tipo de espaço. Para mim, este trabalho fala dos tempos complexos e polarizados que todos nós enfrentamos. Essa peça é uma continuação do trabalho que desenvolvi quando estive em São Paulo pela primeira vez. O trabalho também examina a forma como o xamanismo sulamericano tem sido culturalmente apropriado em todo o mundo e as implicações do esforço científico e tecnológico. Tudo isso está acontecendo sob a transição da Terra, saindo da era astrológica e entrando na era de aquário”, afirma Haroon Mirza.
SERVIÇO – FAROL SANTANDER
Onde: Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)
Entrada acessível: Rua João Brícola, 32
Site Farol Santander: http://www.farolsantander.com.br
Funcionamento: terça a domingo
Horários: 09h às 20h (terça a sábado) / 09h às 18h (domingo)
Ingressos: site e bilheteria física no local
Horário Bilheteria: 09h às 19h (terça a sábado) / 09h às 17h (domingo)
Ingressos: – R$ 20 (visitação completa ao Farol Santander)
Capacidade por andar: 60 pessoas
Brigada de incêndio e Seguranças: Efetivo total de 60 pessoas
Banheiros: 2 por andar – 1 masculino e 1 feminino (2º andar, 8º andar, 21º andar e no 26º andar)
Acessibilidade: Banheiros e elevadores adaptados, rampas de acesso
Saídas de emergência