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Eu Já Estive Em “Uma Terra Prometida”, de Barack Obama

Muito feliz de conseguir ler o meu presente de Natal: “Uma terra prometida”, de Barack Obama. O livro, publicado  em 24 idiomas com prefácio e dividido em sete partes, conta a história de Obama desde sua adolescência até o fim do primeiro ano do mandato como Presidente dos Estados Unidos. Obama começou a escrever o livro logo depois de terminar o seu trabalho na presidência. Ele indica o livro aos jovens, para que trabalhem duro por um país que corresponda a tudo o que existe de melhor dentro de nós.

Vou focar meus comentários da obra no ser Barack Obama e não nas leis e política dos Estados no Unidos da América. Ao ler a obra, você vai ter muita noção de que para ser presidente de uma nação você precisa ter muito, muito jogo de cintura, saber articular maravilhosamente bem e ter cuidado até com a forma como você respira, porque as pessoas vão prestar atenção a todos, exatamente todos os detalhes.

Em um trecho do livro até as filhas de Obama comentam a forma calma com que ele fala. Em uma passagem, quando Obama já senador, levou as filhas até o zoológico e teve que interromper o passeio porque as pessoas vieram em sua direção para fotos e autógrafos. Sasha sugere que o pai invente um codinome e mude o jeito de falar para mais rápido e mais agudo, para assim passarem desapercebidos. Em outro relato, ainda como senador, Obama cita como Springfield se referia a novos integrantes da minoria como ele: cogumelos – porque se alimentavam de merda e eram mantidos no escuro.

Você vai se deparar com Axe milhares de vezes no livro. Ele esteve ao lado de Obama por muito tempo e mostra o quanto é importante ter uma equipe sincronizada por perto, acredito que em tudo na vida. Eram inúmeras as tarefas como assessor do presidente, inclusive corrigir a pronuncia do nome da cidade em que Obama estava chegando naquele momento em que a visita estava para começar. O ex-presidente também tinha o hábito de dar respostas longas, inclusive com “notas de rodapé”, como ele mesmo comenta, algo que teve que mudar na sua profissão, ser objetivo é o que garante votos e seus assessores provaram isso algumas das passagens do livro. Axe volta a falar sobre isso mais a frente no livro depois que Obama terminou sua participação em um evento: “seu problema”, disse ele, “é que você continua querendo responder à pergunta, quando a ideia é só transmitir a mensagem”, destaca Axe. Obama também analisa sua postura, que assim como todos, tende a assumir quando estamos inseguros ou perdendo o controle da situação: nos voltamos para o que parece familiar, o que achamos o que fazemos melhor.

Outro ponto que mostra o quanto um presidente passa a ser popular foi quando Obama visitou o Muro das Lamentações em Jerusalém. Ele fez o seu pedido no papel para colocar na fenda do muro – pediu proteção para ele e para a família, perdão aos seus pecados e pediu ajuda para evitar o orgulho e o desespero. Era para essas palavras ficarem só entre Obama e Deus, mas no dia seguinte estava na internet porque alguém deve ter pego o papel e mandado para algum site publicar. Ou seja, a linha que separava a vida publica da vida privada já não existia mais. 

Entre o conteúdo do livro encontramos também referencias ao momento que Obama fala mais sobre Biden: Joe era determinado. Tinha superado uma gagueira quando criança e dois aneurismas cerebrais na maturidade. Na política, teve sucesso desde cedo, mas também sofreu derrotas constrangedoras. E encarrou tragédias inimagináveis: em 1972, semanas depois de eleito para o Senado, sua mulher e sua filha pequeno morreram e os dois meninos saíram feridos num acidente de carro. O fato de sua carreira seguir deve ser creditado a Jill, sua segunda mulher, conhecida três anos depois do acidente.

Também teve o momento do livro “Obama e Jana têm alguma coisa em comum”, quando ele diz não ser uma pessoa que funciona bem pela manhã. Obama tinha entre suas rotinas ler e responder cartas dos americanos que eram pré-selecionadas pela sua equipe. As cartas eram assinadas e respondidas a próprio punho. Mas, seja republicano ou democrata, a única coisa que deve ser uma obsessão do presidente é a consciência de que todos contam com você para protegê-los e Obama tenta destacar isso no livro contanto como tentou emplacar vários de seus projetos como a lei re recuperação financeira, a reforma da imigração, e o tão sonhado e buscado Obamacare.

Levar em conta os costumes e os rituais eram importantes. Símbolos e protocolos eram importantes. Linguagem corporal era importante. Tudo se ó observado quando você é uma figura pública e/ou presidente de uma nação. Tem uma passagem interessante sobre isso no livro. Quando as histórias passaram a ser em sua maioria negativas, uma versão diferente de Obama tinha aparecido: aparentava mais idade, caminhava sozinho pela colunata, ombros caídos, olhando para baixo, rosto cansado e sulcado pelos fardos do cargo.

Na viagem à China, Obama comenta sobre a audácia do serviço chinês de inteligência, onde numa ocasião seu secretário se dirigia para uma sessão de preparativos e percebeu que esqueceu algo na suíte. Ao voltar e abrir a porta, camareiras arrumavam a cama e dois cavalheiros folheavam seus papéis como se nada acontecesse. Ou seja, era só virar as costas que eles investigavam toda a sua vida.

Crise da Chrysler, a crise financeira global, o drama que se desenrolou na Somália, o fechamento de Gitmo, a prisão militar da baía de Guantánamo, a pandemia mundial de uma mutação do vírus H1N1, a escolha de Sonia Sotomayor para a Suprema Corte, a Tea Party,  legislação sobre a mudança climática, a visita ao palácio do rei Abdullah, o Prêmio Nobel da Paz recebido em Oslo, os desentendimentos com Putin e com a Russia, Protocolo de Kyoto, crise na Grécia, o vazamento de óleo da BP considerado o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, Palestina X Forças Armadas, crise política no Egito, Intervenção na Líbia. Esses foram os tantos assuntos que se é possível conhecer um pouco mais nessa obra. Ah e ainda durante a crise na Líbia, o presidente Obama estava em visita aos países da América Latina, inclusive ao Brasil, com direito a visita ao Crsto Redentor.

Claro que não podemos deixar de mencionar que o livro termina com toda a ação que culminou com a morte de Osama Bin Laden. Sendo assim, não podemos deixar de citar que é extremamente bem escrito e bem editado. Você vai aprender demais sobre a política nos Estados Unidos e sobre como deve ser a vida de um presidente. Aí, cabe a cada um que acompanhou a presidência de Obama chegar as suas conclusões sobre ele ter sido um bom ou mal presidente. O livro é uma escola incrível!

Vamos a algumas frases do livro:

  • A política não precisa ser o que as pessoas pensam que é. Pode ser mais.
  • Com o tempo, passei a me concentrar mais em ouvir. E, quanto mais ouvia, mais as pessoas se abriam.
  • Ser um cavalo de tração, não um cavalo de exposição – era esse meu objetivo.
  • A gente não escolhe a hora. A hora escolhe a gente. Ou agarramos o que pode vir a ser uma chance única, ou decidimos que queremos viver sabendo que deixamos a oportunidade passar.
  • Me condicionei, com o passar dos anos, a encarar as coisas no longo prazo, como é importante se manter concentrado em suas metas em vez de ficar frustrado com os altos e baixos do cotidiano.
  • Não existe uma América dos negros ou uma América dos brancos, uma América dos latinos ou uma América dos asiáticos. Existem os Estados Unidos da América.
  • O problema de envelhecer é que por dentro você é a mesma pessoa.
  • A presidência é que nem carro novo. Começa a desvalorizar no instante em que você entra nele.
  • Só existe uma coisa que pode ter certeza: a qualquer hora de qualquer dia, alguém em algum lugar está fazendo tudo errado.
  • Ter um plano é melhor do que não ter plano nenhum.
  • Nenhuma sociedade pode ser de fato bem-sucedida se ao mesmo tempo reprime sistematicamente as mulheres.
  • A natureza da presidência deixava evidente que às vezes, seu trabalho mais importante envolvia coisas que ninguém notava.
  • A culpa pelos erros só cabia a minha e me orgulhava de ter construído uma cultura de não sair à caça de bodes expiatórios quando as coisas desandavam.
  • Nada do que você fizer será suficiente, mas tente mesmo assim.
  • Se queremos que outros países deem apoio às nossas prioridades não podemos apenas força-los. Temos que mostrar a eles que levamos sua perspectiva em consideração ou, pelo menos, que sabemos onde estão no mapa.
  • Se você mostrar para alguém que sabe perder eu digo que aí está um fracassado.
  • Você nunca parece tão inteligente quanto o ex-presidente que assiste ao jogo fora de campo.
  • Exponha-se às verdades das outras pessoas e suas posturas mudam.

Janaína Leme

@eujaestiveem

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