Eu Já Estive Em “Vivendo a Comunicação Não Violenta”, de Marshall Rosenberg

Como estabelecer conexões sinceras e resolver conflitos de forma pacífica e eficaz. Esse é o objetivo da obra “Vivendo a Comunicação Não Violenta”, um dos livros de Marshall Rosenberg sobre o tema, publicado pela editora Sextante. O próprio autor sinaliza que as pessoas analisam todo o aprendizado de duas formas: nossa que fácil ou nossa que difícil.
Eu particularmente acho exercitar a Comunicação Não Violenta bem difícil porque são muitos os cuidados que precisamos ter ao lidar com pessoas. A todo o momento a conversa tem que girar em torno de expor as necessidades de forma clara e, ok, pode parecer fácil lendo, mas colocar em prática no momento da emoção é muito difícil, pelo menos para mim.
Mas, não acho impossível porque acredito demais que tudo é questão de hábito e ao meu ver, a partir do momento que você já começa entender que algo poderia ter sido feito diferente, já começou a sentir que a mudança está acontecendo.
Dentre tudo o que aprendi com o livro, o que avaliei como forma de iniciar a se expressas de uma forma não violenta é dizer com clareza o que quer, não o que não quer, pois, segundo o autor, isso ajuda na hora de atender às necessidades de todos.
Tem um exemplo bem interessante que Marshall usou para ilustrar essa parte da conversa: a esposa disse para o marido “não quero que você fique tanto tempo no trabalho”, aí o marido se inscreveu numa equipe de boliche e ela continuou frustrada. Quando, na verdade, ela deveria ter dito: quero que você me diga se está disposto a passar uma noite da semana comigo e com as crianças. Ou seja, ela disse primeiro o que não queria ao invés de explicar o que realmente gostaria de acontecesse. Sim, a gente gosta de complicar!!!
E tem mais duas dicas do autor que vou tentar carregar sempre comigo: não fazer nada que não seja divertido e nunca ouvir o que os outros pensam de você. Segundo Marshall Rosenberg, nós viveremos mais e aproveitaremos mais a vida se nunca ouvirmos o que os outros pensam a nosso respeito. Achei isso sensacional!
Alguns pontos que o autor aborda na obra:
- Dizer com clareza o que está vivo em nós. Dizer com clareza o que tornaria a vida melhor para nós apresentando ao outro como um pedido e não como uma exigência.
- Quando se estabelece certa qualidade de conexão humana entre as partes envolvidas, a probabilidade de resolver disputas de maneira gratificante aumenta muito.
- Pouquíssimas pessoas são ensinadas a expressar as próprias necessidades. Em vez disso, somos ensinados a criticar, insultar e nos comunicar de um modo que nos distancia uns dos outros.
- Todos os seres humanos têm as mesmas necessidades. O que distingue as pessoas são as estratégias usadas para atendê-las.
- Quando não somos capazes de dizer com clareza o que precisamos e só sabemos fazer análises sobre os outros que soam como críticas, acabamos em guerra, sejam elas verbais, psicológicas ou físicas.
- Amor não é negar a si mesmo e fazer tudo pelo outro. Em vez disso, é expressar com franqueza quais são os nossos sentimentos e as necessidades do outro.
- Cada momento é precioso, precioso demais. Então, quando nossa vitalidade cai, precisamos fazer alguma coisa e despertar.
- Quanto mais falamos do passado, menos nos curamos dele.
- Depois de toda a minha pesquisa, é espantoso que todas as religiões digam a mesma coisa: não façam nada que não seja divertido.
- O que os outros fazem nunca é a causa de como nos sentimos.
“Vivendo a Comunicação Não Violenta”, de Marshall Rosenberg, foi publicado em 2019 pela editora Sextante, tem 192 páginas e está à venda no formato físico e digital.
Janaína Leme
@eujaestiveem